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Criptos, EMTs, Bitcoin e outros Tipos de Grupo

  • Foto do escritor: AAmstg
    AAmstg
  • 5 de mai.
  • 11 min de leitura

Atualizado: 9 de jun.

Notas apenas sobre Reservas Estratégicas e Massas Monetárias


... Será por fome ou vontade de comer, será por necessidade ou será por virtude; será porque o dinheiro-dívida mal tem espaço para manobrar em um oceano de títulos sem que as costuras dos bancos centrais estourem ou será porque há ativos digitais que querem ser dinheiro em vez de dinheiro; a verdade é que há aqueles que têm o apoio dos Bancos Centrais e há aqueles que ainda não têm isso. E, além disso, o bitcoin se tornou um lugar sob o sol e sob as estrelas também, pois é negociado no mercado em regime de 24 / 7 e sua volatilidade é seriamente impulsionada pelas emissões de ETFs de bitcoin, com o que os grandes também se acumulam na margem sob o impulso deste indubitável incentivo ....


Seis ideias que anoto depois de publicar minhas conversas sobre o que acontece com o bitcoin desde que El Salvador deixou o assunto um pouco em seu ar dentro de seu sistema nacional de meios de pagamento reconhecidos:

1) O 'dinheiro legal' e o 'dinheiro bancário' são distribuídos em diferentes massas monetárias ou quase monetárias (M0, M1, M2, M3 e M4) conforme determinado Basel (Banco Internacional de Pagamentos).


2) Se os 'criptos' e o 'bitcoin' não são 'dinheiro' ('moeda') não podem fazer parte de nenhuma dessas 'Massas', portanto, não podem ser anexados ao Balanço de nenhum Banco Central enquanto 'dinheiro'. Isso é pura taxonomia; não pode ser bordado.


3) Isso não impede que existam (alguns) Bancos Centrais que adquiriram ou incorporaram, pontualmente ou testemunhalmente, em seus Balanços todos ou alguns desses ativos digitais: criptoativos, criptomoedas, bitcoin. Mesmo que fosse para analisar a etiologia e o desempenho no manejo desses ativos digitais com os quais seria necessário se relacionar.


4) As criptomoedas (dispensaremos outros criptoativos para esses fins) podem ser emitidas por um Banco Central (e então são chamadas com a sigla CBDCs) ou não, que é um tipo de criptografia que seria chamada a representar a posição do ativo digital dinheiro emitido pelo Banco Central.


5) Existe um tipo de criptoativo sujeito ao MICA da UE, os tokens de e-money (EMTs) que são chamados de 'dinheiro'.


Finalmente,


6) O 'bitcoin' como 'tertius genus' diferente do 'dinheiro' (ou 'moeda'), mas também da 'criptomoeda' e dos 'CBDCs', que claramente não é emitido por um Banco Central ou por uma entidade privada, mas por um sistema autônomo descentralizado.



Este é um assunto realmente fascinante e levanta várias questões complexas do ponto de vista teórico e prático. Como os criptoativos ou Bitcoin poderiam ser integrados nos balanços dos Bancos Centrais (BC) ou nos sistemas monetários globais? O que deveria acontecer para que eles fariam parte de um Sistema de Reserva Estratégica como o proposto pela Administração do Sr. Trump, o POTUS?


Adianto minha opinião: será necessária uma mudança de paradigma normativo e regulatório. Os criptoativos, que hoje não cumprem as funções tradicionais de "dinheiro", poderiam entrar na equação por meio de CBDCs, tokens de dinheiro eletrônico (EMTs) e um sistema regulatório que permite que seu valor e estabilidade sejam reconhecidos como parte das reservas internacionais. No entanto, tudo isso está condicionado a uma evolução na política monetária global, que permita novas definições do que é "dinheiro" e um quadro mais flexível para os ativos digitais.


Três ideias para apontar no início:

O que é dinheiro e que formas ele assume?

O dinheiro é o instrumento amplamente aceito na sociedade para facilitar transações econômicas para as quais terá que cumprir três funções principais: 1ª) Ser um meio de troca, facilitando a compra e venda de bens e serviços sem a necessidade de troca; ou seja, sem a necessidade da concordância da solução dupla e recíproca de necessidades entre as partes contratantes. 2ª) Ser uma unidade contábil, servindo como uma medida de valor para comparar o preço de bens e serviços. 3ª) Ser uma reserva de valor, permitindo o armazenamento de riqueza não deixada para uso futuro. A expressão-chave dentro desta definição é "amplamente aceita".


O dinheiro pode assumir duas formas diferentes, que são acompanhadas por uma terceira e, mais recentemente, uma quarta que é postulada para ser incorporada ao conceito de dinheiro. Todas as formas atuais de dinheiro correspondem, por sua fonte de valor, ao que é conhecido como dívida monetária; ou seja, elas surgiram da emissão anterior de dívida pública pelos Estados, que têm o direito de emitir dinheiro sob monopólio.


As formas de dinheiro são: 1ª) Dinheiro legal: Moedas e notas emitidas por um Banco Central (por exemplo, euros ou dólares). 2ª) Dinheiro bancário: Depósitos em contas bancárias que podem ser convertidas em dinheiro legal. 3ª) Dinheiro eletrônico: Representações de valor digital, como saldos em cartões pré-pagos ou carteiras eletrônicas. 4ª) Criptomoedas: Ainda não são dinheiro, mas ativos digitais não emitidos por bancos centrais, mas por entidades privadas com a expectativa de que serão usados como meio de troca de maneira oficial e normalmente centralizada. Eles seriam acompanhados pelo bitcoin, emitido de forma descentralizada e que será reconhecido em El Salvador, a partir de 1º de abril de 2025, apenas como um meio de resolver a troca de dívidas entre indivíduos.

Quais são as Massas Monetárias e quais classes existem?

As massas monetárias são agregados que medem a quantidade de dinheiro que circula em uma economia. Eles são classificados em diferentes categorias (M0, M1, M2, M3, M4) de acordo com sua liquidez e proximidade com o dinheiro físico. O International Settlement Bank (ISB) define essas categorias, que os bancos centrais usam para gerenciar a política monetária.


Classificação das Massas Monetárias

1. M0, a Base Monetária, inclui o dinheiro legal em circulação (notas e moedas), além das reservas dos bancos comerciais no Banco Central. É a medida mais líquida e estreita da oferta monetária.

2. M1 inclui o M0 mais depósitos à vista (contas correntes) e outros ativos líquidos que podem ser rapidamente convertidos em dinheiro. Representa o dinheiro disponível para transações imediatas.

3. O M2 inclui o M1 mais depósitos de poupança e depósitos de curto prazo (até dois anos). É uma medida mais ampla que inclui ativos um pouco menos líquidos.

4. O M3 inclui o M2 mais instrumentos financeiros de longo prazo, como fundos do mercado monetário e títulos negociáveis nesse mercado. É a medida mais ampla da oferta monetária, mas alguns Estados distinguem outra Massa:

5. M4 (assim, no Reino Unido), que inclui M3 mais outros ativos líquidos, como títulos do Tesouro ou títulos de curto prazo. Não é usado universalmente, mas em alguns sistemas financeiros, é usado para medir a liquidez total.

Qual é a relação entre dinheiro e massas monetárias?

- O dinheiro legal (notas e moedas) faz parte do M0 e do M1.

- O dinheiro bancário (depósitos) está incluído em M1, M2 e M3, dependendo de sua liquidez.


As criptomoedas não fazem parte da oferta monetária tradicional porque não são emitidas por um banco central ou universalmente reconhecidas como dinheiro. No entanto, se um banco central decidir incluir ativos criptográficos em suas reservas, eles poderão ser considerados parte de uma nova categoria de ativos estratégicos.

O dinheiro é um conceito fundamental na sociedade, na economia, na lei e nos mercados, enquanto os dinheiros são ferramentas para medir a circulação e a liquidez. O que corresponde ao surgimento e evolução de criptomoedas e outros ativos digitais (bitcoin) está desafiando as definições tradicionais de dinheiro, e resta saber se tais redefinições farão sentido para resolver os problemas gerados pelo estado atual das coisas decorrentes da dívida monetária.


1. O Contexto das Reservas Estratégicas de Criptoativos e Bitcoin

Convém insistir que a ideia de uma reserva estratégica de criptoativos ou Bitcoin nos balanços dos Bancos Centrais (BC) não é algo que esteja estabelecido dentro das normas monetárias tradicionais, por isso é uma inovação em termos de política financeira global. Dito isso, vemos passo a passo:


a) O que é uma Reserva Estratégica?

Uma reserva estratégica é um fundo ou conjunto de ativos mantidos por um governo ou instituição para proteger ou estabilizar uma moeda ou economia em tempos de crise. No contexto de criptomoedas e USD, uma reserva estratégica pode incluir uma combinação de dólares americanos e criptoativos para diversificar riscos e fornecer liquidez em situações de extrema volatilidade.


b) O que seria 'bitcoin' neste contexto?

O Bitcoin não é um "dinheiro" no sentido convencional, pois não é emitido ou apoiado por um Banco Central, nem é regulado por nenhuma autoridade financeira no sentido clássico. Em vez disso, é um ativo digital descentralizado e com fornecimento limitado. Isso o torna um "tertius genus": nem dinheiro, nem ativo financeiro clássico, mas sim um ativo que pode ter um papel significativo em reservas ou carteiras de investimento.

Ao contrário das moedas tradicionais ou do dinheiro bancário, que estão sujeitos aos regulamentos monetários do Banco Central (como os sistemas M0, M1, M2, etc.), o Bitcoin faz parte de um sistema autônomo descentralizado. No entanto, é importante notar que o Bitcoin e os criptoativos mais convencionais podem desempenhar um papel como reserva de valor e ativos estratégicos em carteiras de países ou mesmo de bancos centrais, dependendo de sua abordagem à tecnologia. Esta qualidade estratégica também pode ser predicada de outros ativos; ouro, campos de petróleo ou gás, depósitos minerais ou reservas de água.

c) O que acontece com os tokens e-money e sua relação com o MICA da UE?

Os tokens de e-money (EMTs) são uma categoria que é definida sob o Regulamento MICA (Markets in Crypto Assets) da UE, e são classificados dentro dos criptoativos. Embora os EMTs sejam considerados dinheiro digital e se diga que são ou serão projetados para manter um valor estável (o que certamente - e por enquanto - apenas um desejo, eles também não são "dinheiro" no sentido tradicional da palavra (ou seja, não são apoiados diretamente pelos Bancos Centrais). No entanto, seria possível que pudessem representar dinheiro fiduciário (fiat), como um dólar ou euro, mas ao serem emitidos por entidades privadas sob o quadro regulatório, teria que passar pelo menos duas coisas: integrar-se ao referido quadro regulatório, e que Basileia incorporasse tais ativos em alguma das massas monetárias que segmentam os balanços dos bancos centrais (e comerciais).

Em poucas palavras: ¿Cómo integramos a los EMTs en cualquiera de las Masas Monetarias de Basilea?

1. Reconhecimento como Dinheiro Eletrônico: Os EMTs devem ser reconhecidos como dinheiro eletrônico, permitindo sua inclusão na oferta monetária M1 (dinheiro em circulação e depósitos sob demanda).

2. Supervisão e Regulamentação: Sob a MICA, os EMTs estariam sujeitos a uma supervisão rigorosa, garantindo sua estabilidade e proteção ao consumidor. Isso facilitaria sua aceitação e uso generalizado.

3. Interoperabilidade: Os EMTs devem ser interoperáveis com outros sistemas de pagamento e moedas eletrônicas, permitindo uma integração perfeita no sistema financeiro existente.

4. Reservas Estratégicas: Este seria um fim adequado da jornada nesta incorporação de dinheiro. Os EMTs poderiam fazer parte dos amortecedores estratégicos dos bancos centrais da UE, fornecendo uma ferramenta adicional para a gestão da política monetária e a estabilidade financeira.


2. Como os criptoativos e o bitcoin podem ser integrados nos balanços dos Bancos Centrais?


O tema central aqui é como os ativos podem fazer parte das reservas estratégicas de um Banco Central. Isso pode acontecer através de um dos seguintes caminhos, embora nenhum seja simples ou direto em termos de integração atual:


a) Reconhecimento como parte de reservas internacionais:

Para que um desses ativos (incluindo Bitcoin) possa ser integrado aos balanços de um banco central como parte de suas reservas internacionais, ele teria que ser reconhecido pelos bancos centrais como um ativo que cumpre as funções de uma reserva: estabilidade, valor e liquidez. Isso seria uma mudança de paradigma na forma como as reservas são compostas hoje (principalmente metais preciosos e moedas tradicionais). Na hipótese do Bitcoin, este poderia ser considerado uma reserva de valor, embora não uma moeda, devido à sua escassez e demanda estabelecida, especialmente se for mantido dentro de uma cesta de criptoativos com outros ativos mais estáveis é uma das sugestões que são oferecidas.


b) Acesso à função de "apoiar" a emissão de dinheiro ou de dívida:

Os bancos centrais têm a capacidade de apoiar a emissão de dívida ou dinheiro fiduciário com ativos, que tradicionalmente têm sido ouro ou moeda estrangeira. No entanto, os criptoativos, e singularmente o Bitcoin, não são considerados suficientemente líquidos ou estáveis para apoiar diretamente a emissão de moedas fiduciárias por um Banco Central. Esta dupla condição: liquidez e estabilidade é o que se exibe para se opor à alocação do papel de dinheiro (vimos isso no caso de El Salvador).


c) Criação de CBDCs (Moedas Digitais do Banco Central):

Embora o Bitcoin não seja emitido por um Banco Central, um CBDC (Central Bank Digital Currency) seria. De fato, os CBDCs são pensados como moedas digitais emitidas e apoiadas pelos Bancos Centrais e hoje têm oportunidades mais sérias de acessar essa categoria no futuro do sistema monetário digital do que as Criptos emitidas por entidades privadas, ou o bitcoin no estado atual das coisas. Se um banco central emitir um CBDC, a ideia de reservas estratégicas de criptoativos também pode implicar a hipótese de que alguns ativos digitais (como o Bitcoin) estão apoiando essas moedas digitais em uma cesta de ativos digitais.


d) Mudanças normativas para admitir criptoativos nas reservas:

O quadro regulatório também teria que evoluir para permitir que os criptoativos sejam “integrados” nos balanços dos bancos centrais. Isso implicaria mudanças significativas nas regras que definem as massas monetárias (M0, M1, M2, etc.) sob o sistema de Basileia; já mencionado acima. Atualmente, essas categorias são reservadas para moedas tradicionais e ativos bancários, mas em um cenário onde os criptoativos são aceitos como reservas estratégicas, necessariamente deve haver uma reformulação dessas definições.

Em poucas palavras: Passos a seguir para integrar criptografías e bitcoin aos balanças de Banco Central

Para que os ativos criptográficos e o Bitcoin se integrem aos balanços dos Bancos Centrais e desempenhem funções de suporte estratégico, várias etapas seriam necessárias:


1. Regulamentação e Reconhecimento Legal: Os ativos criptográficos devem ser legalmente reconhecidos como ativos financeiros válidos. Isso implica um regulamento claro que define seu status, tratamento fiscal e regras de custódia.

2. Avaliação e Contabilidade: Estabelecer métodos de avaliação consistentes e aceitos internacionalmente para ativos criptográficos. Isso é crucial para sua inclusão nos balanços dos bancos centrais.

3. Custódia e Segurança: Desenvolva infraestruturas seguras para a custódia de ativos criptográficos, incluindo soluções de armazenamento a frio e protocolos de segurança cibernética.

4. Liquidez e Mercados Secundários: Garanta que existam mercados líquidos para comprar e vender esses ativos, permitindo que os Bancos Centrais comprem e vendam ativos criptográficos, conforme necessário.

5. Coordenação Internacional: Estabelecer acordos internacionais para gerenciar e usar reservas estratégicas, incluindo ativos criptográficos, evitando arbitragens regulatórias e promovendo a estabilidade financeira global.


3. Como se poderia conseguir a integração das reservas estratégicas de criptoativos (e também Bitcoin) no sistema monetário tradicional?

O processo poderia ser realizado assim:


a) Aceitação de estabilidade e correlação com reservas de confiança:

A primeira coisa seria que os Bancos Centrais, especialmente o Federal Reserve ou o Banco Central Europeu, aceitassem que o Bitcoin e outros criptoativos pudessem fazer parte de suas reservas, em vez de apenas moedas tradicionais e metais preciosos. Isso implicaria uma avaliação constante da estabilidade e do impacto macroeconômico que sua inclusão teria.


b) Possibilidades de regulação financeira global:

O MICA da UE já estabelece um quadro para criptoativos, facilitando a análise e a regulamentação de ativos digitais. No entanto, a harmonização em escala global seria essencial para permitir que os criptoativos pudessem ser aceitos como reservas dentro dos balanços dos bancos centrais. Esta harmonização não está nem se espera em breve, sem antes deixar resolvido o principal problema do dinheiro legal e bancário atual: sua natureza de ser dinheiro-dívida em um estado de coisas onde a dívida já emitida é inabordável.


c) Criação de um protocolo global:

Uma vez estabelecidas regras claras para os criptoativos no contexto financeiro global, os Bancos Centrais poderão criar um protocolo que permita a inclusão de criptoativos, e do Bitcoin, de forma segura e monitorada. Isso poderia significar abrir a possibilidade para a tokenização de ativos tradicionais e permitir uma maior flexibilidade no tipo de ativos que sustentam as reservas dos BC.



A integração de criptoativos, incluindo Bitcoin e EMTs, nos balanços dos Bancos Centrais e nas massas monetárias requer uma estrutura regulatória clara, infraestrutura segura e coordenação internacional. É compreensível que os EMTs, sob a regulamentação do MICA, tenham um caminho mais claro para sua aceitação como dinheiro eletrônico, Bitcoin e outras criptomoedas descentralizadas enfrentam maiores desafios devido à sua volatilidade e falta de emissor central. No entanto, com o tempo e a evolução dos regulamentos, podemos ver uma maior integração desses ativos no sistema financeiro global.
Produção de Dinheiro, de Substitutos do Dinheiro e Apoio de Valor
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